COESÃO E COERÊNCIA


Maria da Graça Costa Val em seu livro Redação e Textualidade traz algumas noções mais relevantes da teoria lingüística textual e relaciona-as com redações elaboradas por candidatos ao curso de letras da UFMG no vestibular de 1983. Com isto ela nos esclarece o que é um texto e como se produz um texto.

A coerência apresenta-se como um fator fundamental da textualidade. Para ser coerente os textos precisam apresentar algumas qualidades. Essas qualidades para serem descritas foram observadas empiricamente para que fosse possível a formulação de critérios para a análise textual. Para que um texto seja coerente e coeso ele necessita de certos requisitos como:

  • Continuidade: considerando-a como requisito da coerência, diz que ela se refere a retomada de elementos no decorrer do discurso. Em relação a coesão relaciona com o emprego de recursos lingüísticos específicos como a repetição de palavras, usos de artigos definidos ou pronomes demonstrativos para determinar entidades já mencionados, uso de pronomes anafóricos de outros vicários (ser, fazer, lá, ali, então, etc),  a elipse de termos facilmente recobráveis.  Alguns desses mecanismos de coesão devem seguir certas regras: os pronomes anafóricos devem concordar em gênero e número com o termo que substituem; só podem recobrar por pronome elementos expressos na superfície textual. Deste modo observar a continuidade de um texto é verificar no plano conceitual se há elementos que percorrem todo o seu desenvolvimento, e no plano lingüístico é verificar se esses elementos são retomados apropriadamente pelos recursos adequados.

  • Progressão: o texto necessita retomar seus elementos conceituais e formais, não pode se limitar a repeti-los. É precisa que traga novas informações para incorporá-las aos já mencionados. Em relação à coerência a progressão apresenta-se pela soma de idéias novas as que vinham sendo tratadas. Já com a coesão a relação se dá entre o dado e o novo. A progressão pode-se fazer pelo acréscimo de novos comentários a um mesmo tópico, ou pela transformação dos comentários em novos tópicos.


  • Não-contradição: deve ser observado no âmbito interno e externo do texto. Para ser coerente o texto precisa respeitar os princípios lógicos elementares. Suas afirmações não podem se contradizer ao mundo a qual se refere, o mundo textual tem que ser compatível com mundo que se apresenta. A exigência da não-contradição emprega-se ao plano conceitual (da coerência) e ao plano da expressão (da coerência). Há também a condição léxico-semântica: que é o emprego do significante que não condiz com o significante pretendido ou cabível ao texto.  

  • Articulação: deve ser observado se as idéias tem a ver uma com as outras e que tipo específico de relações elas estabelecem entre si. Deve ser observado também a presença e a pertinência das relações entre os fatos e conceitos apresentados. Uma vez que o texto pode apresentar fatos e conceitos relacionáveis sem estabelecer ligações entre elas. As relações podem se estabelecer apenas no plano lógico-semântico conceitual (da coerência). Já no plano da coesão há recursos específicos para sua expressão formal como os mecanismos de junção, os articuladores lógicos do discurso e os recursos lingüísticos que permitem estabelecer relações entre os elementos do texto.
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Costa Val, Maria da Graças. Redação e Textualidade/ Maria da Graças Val.- São Paulo: Martins Fontes,1994.- (texto e linguagem).

3 comentários:

  1. Adorei o blog! Camila você está de parabéns! Sou graduanda em Letras pela UFPI, e estou ministrando uma oficina sobre justamente os fatores de textualidade de Beugrande e Dressler. Seu blog foi muito útil e fundamental. Muito bom!!!!

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  2. Muito bom! Adorei o blog, ajudou-me muitíssimo. Parabéns

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  3. Parabéns a todas vocês criadoras deste blog, esta maravilhoso!
    Muito rico em informações, que nos possibilitam um aprofundamento maior na linguagem.

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